À medida que escrevo imagino que estou de novo no "nosso" grupo, enrolada num qualquer cobertor ou enroscada no colo de alguém (ou mesmo com alguém nos meus braços, o que me pareceu mais frequente).
Percebo que sinto falta desses momentos de silêncio, das pequenas orações que faziamos, das reflexões que foram surgindo.
Lembro-me da palavra que utilizei para descrever as imagens que vimos na Sé de Leiria: projecto. Definitivamente o Enses ajudou-me a visualizar mais nitidamente qual o meu projecto. O caminho para o qual me dirigo e a forma como o pretendo percorrer.
Quando o Nuno nos perguntou o que mudaria depois daqueles 3 dias senti-me imensamente confiante, certa de que poderia realmente fazer a diferença quando deparada com situações semelhantes, mas, agora que regressei, tenho medo. Medo da indiferença. Medo de me habituar demasiado cedo e depressa ao conforto, de tal maneira que quando passar por uma pessoa em dificuldades só seja capaz de sentir pena.
Gostaria que a minha expectativa não tivesse sido apagada do meu braço: descobrir. Desse modo poderia lembrar-me sempre do pequeno ponto onde parti. Mas não me engano, sei que permanecerá gravado a sangue o momento onde, indecisa, deixei que me marcassem a pele com uma simples palavra. Por cima das nossas cabeças um perfeito céu estrelado - se ao menos Van Gogh o visse! - o calor da fogueira alimentado por uns toros de madeira apanhados á pressa, o frio da noite e a voz da di: " o vento nas árvores cria sombras e cores tão bonitas...."
Ass: Vanessa
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